Judas escrevia em 'O BACURAU" poesia humorísticas sobre costumes e personalidades locais durante o ano de 1918.
Estes sonetos foram reunidos em volume e impresso, em 1922, na Livraria de L. Lavenère, Jaraguá, com prefácio de Jorge de lima, já então eleito Príncipe dos Poetas Alagoanos; este, sempre cheio daquela bondade do que era fonte seu imenso coração, assim procurou identificar o Judas Isgorogota do livro "Caretas" com o humilde empregadinho da "Casa Iona":
"Melhor vos revelarei, dizendo que este pretenso Judas, no ano econômico de 1901, recebeu na farta paróquia da Lagoa da Canoa o inefável nome de Agnelo.
-- De Agnus, cordeiro, acrescentava, consumando os sacramentos, o padre Limeira, que o batizou "per Chistum Dominum nostrum".
Agnus, ratifica o prefaciador; Agnus, cordeiro de Deus, cristo torturado da arte do verso, os leitores que já conhecem a tua máscara de Judas; precisam abeirar-se das tuas posturas hierárquicas de filho unigênito da Forma. Hás de ser, Judas Isgorogorogota, um nome ungido pela literatur pátria."
O soneto inicial de "caretas" era uma crítica ao velho costume brasileiro da compra dos votos eleitorais, que àquele tempo custavam vinte mil reais. Ao governador do Estado, Dr. Fernandes Lima, o poeta passa o recibo em versos:
Recibo
Recebi do Dr. Fernandes Lima
Governador perpétuo de Alagoas
Pela graça de Deus, das almas boas
Que seguem a rota dos que estão de cima,
A importância mencionada a cima
De Rs. 20$000, por que as pessoas
Das urrbs, dos sertões e das lagoas
Vendem seu voto de estranha estima;
E por cuja quantia me sujeito
A votar no Dr. Em testemunho,
Passo o presente, por José do Coito,
Em duplicata para um só efeito.
Maceió - Jaraguá, 12 de Junho de 1918.
O BACURAU
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